CONSORCIO INTERMUNICIPAL DO MÉDIO RIO DAS CONTAS (CIMURC)

1,8 milhão de brasileiros vivem nas ruas

 24/10/2012 | PLANEJAMENTO URBANO

Voltar para casa, após um dia produtivo e cansativo, tomar banho quente, jantar e dormir numa cama aconchegante parece ser rotina, mas pode significar o sonho de uma parcela significante da sociedade.

Estima-se que atualmente, nas ruas brasileiras vivem aproximadamente 1,8 milhão de pessoas, entre crianças, jovens, adultos e idosos. Já nas 10 principais capitais são contabilizados mais de 100 mil nesta situação e na Bahia cerca de 5 mil disputam os espaços das calçadas e viadutos.

De acordo com informações da Secretaria Municipal do Trabalho, Assistência Social e Direitos do Cidadão (Setad), uma pesquisa realizada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) em 2008, revelou que em Salvador há cerca de 3,2 mil pessoas em situações de rua, sendo que no verão este número sofre um acréscimo de cerca de 30%.

Destas pessoas, a maioria é composta por homens, negros, com faixa etária entre 25 e 35 anos e grau de escolaridade no ensino fundamental.

Posterior a esta divulgação, a Fundação José Silveira, adotou outra metodologia para a pesquisa, que revelou 2,76 mil pessoas nas ruas da capital baiana.

Segundo a Coordenadora de Proteção Especial do Setad (CEP), Daniela Cova, atualmente, não há único agente para ser apontado como motivador para que as pessoas procurem moradias nas ruas. “O que existe na verdade é um conjunto de fatores. Alguns deles têm problemas com drogas, álcool, deficiência mental, crise financeira, problemas familiares, ou todos eles juntos”, explicou.

Como a grande parte desta população não possui documentos de identificação, não há políticas públicas direcionadas para ela. As soluções são temporárias e pontuais. A pesquisa o MDS também revelou que apenas 44% possuem carteira de identidade, 29% tem CPF, 52,7% certidão de nascimento, 27,4% tem o título de eleitor e 22,8% possuem carteira de trabalho.

Apesar realidade nas ruas, Salvador conta apenas com um centro de referência e especialidade em pessoas em situação de rua. “Este funciona no bairro de Roma, onde são oferecidos serviços de regularização de documentos, atendimentos com psicólogos e inserção no mercado de trabalho.

Em novembro está prevista a inauguração de um novo centro na Baixa dos Sapateiros”, garantiu a coordenadora, ressaltando que além disso, Salvador conta com duas unidades de acolhimento, que também funcionam em Roma, com capacidade para atender 170 pessoas. “Sem contar nos serviços de abordagem que fazemos pelas ruas e alguns projetos em parceria com o governo do Estado para fortalecer essa bata