CONSORCIO INTERMUNICIPAL DO MÉDIO RIO DAS CONTAS (CIMURC)

Bahia tem quase 70 mil casos de dengue

 21/12/2012 | SAÚDE

Os dados são alarmantes. Segundo informações da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) de janeiro até outubro deste ano foram notificados 68.414 casos de dengue na Bahia. O número representa um acréscimo de 31,6% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 51.987 casos.

Salvador, Itabuna, Feira de Santana, Ilhéus, Senhor do Bonfim, Guanambi, Serrinha, Jacobina, Jequié e Teixeira de Freitas concentram 44,9% das ocorrências.

O Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypt (LIRAa) aponta que a Bahia possui o município com maior índice de infestação predial (IIP) do país, já que Itabuna apresenta a situação mais grave com risco de surto, equivalente a 18,4. Além de Itabuna, outros 26 municípios baianos apresentam risco de surto, com IIP maior que 3,9.

Em estado de alerta foram contabilizados 37 municípios com IIP igual ou menor que 3,9, inclusive Salvador, com IIP de 2,1. Já com situação satisfatória, a Bahia conta apenas com 18 cidades. Os municípios Canápolis, Casa Nova, Castro Alves, Correntina e Mucuri apresentam zero de infestação.

Segundo o Ministério da Saúde, os dados apontam a Bahia como o terceiro estado em número de mortes causadas pela dengue, perdendo para o Ceará e o Rio de Janeiro, sendo que estes representam redução com relação a 2011, de 48% e 73%, respectivamente. Na Bahia, ao contrário, já se percebe significativo aumento de 81% no número de mortes por dengue (de 16 em 2011 para 26 em 2012).

Em visita a Tribuna, José Abelardo Garcia de Meneses, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado, e César Amorim, representante da Associação Bahiana de Medicina (ABM), integrantes do Conselho Superior das Entidades Médicas da Bahia (Cosemba) destacaram o risco que uma epidemia representa para a saúde pública.

Na ocasião, apresentaram ao diretor do jornal e presidente da Associação Baiana de Imprensa (ABI), Walter Pinheiro, carta enviada à Secretaria Municipal de Saúde, Ministério Público, Vigilância Sanitária, Secretaria Estadual da Saúde, Conselhos de Saúde e gestores dos 27 municípios em situação de risco, apontados pelo LIRAa, com dados e necessidade de mobilização preventiva. “Nosso objetivo é que os atuais gestores estejam cientes dos riscos e preparados para o combate”, destaca Meneses, ressaltando a importância da participação da imprensa na divulgação.

“Precisamos de grande divulgação no Estado e para isso queremos apoio da imprensa para conscientização e alertar dos gestores nas possíveis falhas para que possamos reverter a situação”, afirmou.

De acordo com Walter Pinheiro, o alerta é oportuno, uma vez que aproxima-se o verão, estação do ano considerada mais perigosa para reprodução do mosquito transmissor da doença. “O problema é sério, principalmente para as pessoas mais carentes. Todo apoio que pudermos fazer será feito. O papel da imprensa é contribuir com a comunidade”, afirmou o diretor-presidente do jornal.

Mudança de hábitos

Segundo boletim epidemiológico emitido pela Sesab, em relação as formas mais graves da doença os dados são ainda mais perigosos. Dengue com complicações (DCC), Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) e Síndrome do Choque da Dengue (SCD), foram confirmados 211 casos em 70 municípios.

Até o momento foram confirmadas 27 mortes
-- Baixa Grande-1
-- Camaçari-2
-- Conceição do Jacuípe-1
-- Dias D’Ávila-1
-- Feira de Santana-1
-- Guanambi-1
-- Ibicaraí-1
-- Ilhéus-1
-- Itabuna-2
-- Itaparica-1
-- Jacobina-2
-- Jequié-2
-- Matina-1
-- Mirangaba-1
-- Mucuri-1
-- Nordestina–1
-- Ourolândia-1
-- Salvador-4
-- Vera Cruz-1
-- Porto Seguro-1

José Meneses ressalta o papel dos gestores públicos, privados e da população no combate ao mosquito transmissor. “Aos gestores cabe adotar medidas efetivas para o pronto atendimento, envidar todos os esforços na tarefa de garantir aos hospitais e postos de saúde os insumos necessários como equipamentos, infraestruturas, viaturas, central de atendimento 24 horas e profissionais treinados. Já à população cabe as mudanças de comportamentos e conscientização da gravidade da doença, que se prolifera em criadouros domésticos”, explica.